03 julho 2009

Receita com telefonia fixa deve diminuir 2,5% em 2009


VALOR ECONÔMICO - ESPECIAL TELECOMUNICAÇÕES - SÃO PAULO - 24/06/09 - Pg. F2

De São Paulo

Se fosse uma modalidade do atletismo, a disputa no mercado de telecomunicações poderia ser comparada mais a uma maratona do que aos 100 metros rasos. Na largada da privatização, os maiores grupos saíram na frente, contando com a força de uma infraestrutura já instalada e ampla capilaridade. A evolução do mercado, nesses onze anos, mostrou, porém, que essa vantagem competitiva já não é tão grande porque ainda há quilômetros de prova pela frente. O fator decisivo, mais do que o tamanho, passou a ser a agilidade em se alinhar à tendência de integração dos serviços de voz, dados e imagem. Nesta altura da competição o diferencial tecnológico faz toda a diferença para quem quer ficar na liderança.

A Telefônica não se pronunciou ao ser questionada sobre até que ponto as falhas do seu sistema de banda larga vão prejudicar a estratégia de diversificar o portfólio de serviços da empresa. Com receitas decrescentes na telefonia fixa (queda de 10,9% nas chamadas locais e de 24,8% na habilitação de novas linhas, no primeiro trimestre de 2009), a operadora que atua em São Paulo vinha colhendo bons resultados, depois que se associou à TVA, justamente nos serviços de banda larga e TV por assinatura, com crescimento acima de 20%. A empresa informa em seu balanço que os investimentos em transmissão de dados são prioritários.

O desafio da Telefônica é o mesmo das outras operadoras, num momento em que, como tendência mundial, a telefonia fixa está estagnada. O que mais cresce no mundo é a telefonia móvel, diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. A telefonia fixa só aumentou em 2008 porque as empresas autorizadas, como as de TV a cabo, ampliaram sua participação, explica. A analista Elia San Miguel, do Gartner Group, estima que, em 2009, haverá uma queda de 2,5% nas receitas com telefonia fixa. Haverá mais linhas, mas o faturamento será menor, diz.

No primeiro trimestre, as operadoras com ações negociadas na Bolsa de Valores investiram R$ 2,7 bilhões, aumentando em R$ 300 milhões os recursos aplicados no mesmo período de 2008. A maior parte dos investimentos foi para telefonia móvel, em função da necessidade de cumprimento das metas da Anatel.

O mantra do setor diz que a banda larga é o futuro. Os números comprovam. No primeiro trimestre, comparado ao mesmo período de 2008, houve alta de 41,8% na quantidade de acessos a esse serviço por meio de cabo de TV por assinatura. O aumento de assinaturas em ADSL (linha telefônica) foi de 22,2%. A participação do cabo vem aumentando - era de 19,5% em 2002, em relação ao total de acessos, e hoje é de 26%. O ADSL caiu de 76% para 70%, segundo a Teleco.

A convergência de serviços aumentou a competição sobretudo nos grandes centros. As empresas de TV por assinatura, como a Net, vendem pacotes onde o serviço de telefonia está incluso. E as operadoras de telefonia também começam a oferecer o serviço de TV, como é o caso da Telefônica, em parceria com a TVA, no sistema MMDS, e a Oi, que adquiriu os serviços da Way em Minas.

Com isso, ampliar a rede ou ter uma rede extensa não basta. É preciso dotá-la de tecnologia moderna para que a velocidade e a capacidade de transmissão sejam cada vez maiores. (E.P.A.)
   

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