04 julho 2009

Pacotes para 3G ficam cada vez mais agressivos


VALOR ECONÔMICO - ESPECIAL TELECOMUNICAÇÕES - SÃO PAULO - 24/06/09 - Pg. F4

para o Valor, de São Paulo

Os investimentos em redes 3G, ou de terceira geração, estão no topo da lista de prioridades das operadoras móveis em 2009. A nova tecnologia permite troca de dados e navegação em páginas na web em alta velocidade. O envio e o recebimento de arquivos ficam mais rápidos e há possibilidade de realizar videochamadas.

Operadoras como Vivo, Oi e Claro montam planos agressivos, a partir de R$ 60, para conquistar novos clientes, e anunciam um aumento de cobertura geográfica de até 30%, nos primeiros cinco meses de 2009, com o novo padrão.

Os investimentos em 3G das operadoras começaram no ano passado e serão úteis para que elas fiquem mais competitivas nos próximos dois anos, diz José Luiz De Souza, diretor da Teleco, empresa de consultoria em telecomunicações. Enquanto isso, o volume de oferta de aparelhos 3G já está no mesmo patamar que o dos celulares tradicionais. A nova demanda de consumo será por banda larga e não parece haver crise nesse setor.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de dispositivos 3G no Brasil saltou de 2,9 milhões em janeiro para 10,5 milhões em maio.

Na Vivo, a rede 3G foi lançada em setembro de 2008. Vamos investir R$ 2,6 bilhões em 2009, inclusive para a ampliação da 3G, diz Hugo Janeba, vice-presidente de marketing e inovação. Nem a crise financeira parece incomodar os planos da companhia. Manteremos os investimentos. O que inibe a ampliação desse montante é a carga tributária definida para o setor. Para Janeba, a velocidade de atendimento e a ampliação da cobertura para novas localidades poderiam ser aceleradas se a carga de impostos reservada para o segmento fosse revista.

Para Pedro Bicudo, sócio da consultoria TGT Consult, a carga tributária não é obstáculo para novos investimentos das operadoras. A telefonia móvel no Brasil é uma atividade de grande retorno e o consumidor também paga impostos para usar o celular.

Nos cinco primeiros meses do ano, a Vivo ampliou em 30% o número de localidades atendidas, em relação ao registrado no fim de 2008. No ano passado, a companhia cobria 314 municípios com acesso à 3G. Em junho, chegou a 421 cidades. A meta é continuar a ampliação da rede em mais localidades. Desde janeiro, instalamos novas estações rádio base (ERBs) em 107 cidades.

No primeiro trimestre, a Vivo registrou receita de dados superior a 12% da receita total de serviços - ou seja, a adoção de serviços de valor agregado está crescendo na base de assinantes, com a ajuda de downloads de músicas e vídeos, da utilização de torpedos SMS e da navegação em páginas web. A Vivo tarifa seus planos de acesso à internet por pacote de dados consumidos e não por velocidade de navegação. A medida dá transparência ao cliente, que sabe exatamente quanto vai pagar.

A política de preços da companhia também é agressiva. Em uma oferta vigente até o final deste mês, quem aderir aos planos de internet 3G ganha desconto de 50% nas três primeiras mensalidades. Para o executivo, além de pacotes mais atraentes, o consumo da rede de terceira geração vai aumentar porque os assinantes querem ter a possibilidade de conexão à banda larga em localidades não atendidas pela malha fixa. Também registramos o avanço na adoção de notebooks e netbooks, que exigem mais mobilidade de conexão.

Sem fatiar os destinos dos seus aportes, a Oi deve investir até R$ 6 bilhões este ano, incluindo as operações integradas com a Brasil Telecom, adquirida em janeiro. 60% desse valor serão destinados para ações na telefonia fixa, incluindo dados, e 40% seguem para operações móveis.

A companhia oferece três planos 3G para os assinantes, válidos para 17 Estados e com direito a dois meses de degustação. Os preços mensais e a velocidade de acesso variam, respectivamente, de R$ 60 a R$ 120, e de 300 KB por segundo a 1 MB por segundo de velocidade de transmissão. Até dezembro, a franquia mensal de 10 GB com transferência de 1 MB, em São Paulo, também entra em oferta: R$ 60 por mês. Dos 2.337 municípios com cobertura 2G, 193 cidades têm acesso à rede 3G da Oi.

Para De Souza, da Teleco, os investimentos das operadoras em 3G acontecem por motivos diferentes, em cada empresa. A Oi acaba de chegar a São Paulo, considerado o principal mercado do Brasil, enquanto a Vivo entrou no Nordeste, região com mais de 40 milhões de habitantes.

Os aportes serão obrigatórios para fazer frente aos concorrentes já estabelecidos nessas áreas. Segundo a Teleco, um dos principais objetivos das operadoras com o 3G é ganhar receita com serviços adicionais além da transmissão de voz, principalmente entre as empresas que atuam em mercados saturados e experimentam queda de lucros devido à competição.

Segundo o diretor de mercado da Oi, João Silveira, o maior desafio das companhias diante da chegada da 3G será descobrir como reduzir custos operacionais e manter a mesma qualidade de serviço. Uma antena para a rede 3G é mais barata que um equipamento para a tecnologia 2G, mas agora teremos que transmitir não só voz, mas imagens e dados, explica. A preocupação com a entrega do melhor serviço vai aumentar.

Na Claro, a estratégia também inclui a expansão da rede em localidades onde a operadora ainda não lançou o serviço e o aumento da capacidade instalada para suportar o crescimento de assinantes e o tráfego de dados. A empresa não divulga o volume de investimentos.

A operadora está presente em 3.168 municípios e seus recursos 3G estão disponíveis em 378 cidades espalhadas em 22 Estados, mais o Distrito Federal. No ano passado, eram 282 cidades cobertas. Vamos ampliar os serviços de terceira geração também para os usuários de pré-pagos, adianta a diretora de serviços de valor agregado, Fiamma Zarife.

Por enquanto, os assinantes 3G da operadora já podem explorar recursos como a videochamada. Mas é preciso entender o comportamento do usuário. Segundo a executiva, os usuários de 3G querem, basicamente, velocidade para acessar a web.

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