Para GSM Association, ausência de padronização inibe desenvolvimento
VALOR - WEB - 24/06/09 |
De Estocolmo
As companhias de telefonia móvel precisam trabalhar para desenvolver padrões de referência para os aparelhos de celular e para os sistemas operacionais adotados por elas, defendeu ontem Michael OHara, diretor de marketing da GSM Association (GSMA) - entidade que reúne as companhias do setor. Estamos criando ilhas de aplicações, disse o executivo.
A afirmação faz referência à multiplicidade de sistemas operacionais que rodam nos celulares - como o Symbian, da Nokia, o Android, do Google, e o utilizado no iPhone, da Apple. Os produtos criados para um não são compatíveis com os outros e isso, na visão de O´Hara, inibe o desenvolvimento de novos produtos.
Na avaliação do executivo da GSMA, os problemas desses modelos verticalizados ficaram evidentes com o iPhone. A Apple criou um ambiente favorável ao desenvolvimento de softwares para seu aparelho. Na sequência, outros fabricantes tentaram atrair desenvolvedores para seus próprios aparelhos. Precisamos fazer mais que isso. Aí sim os consumidores terão escolha e poderão levar seus aplicativos de um aparelho para outro, observou. Precisamos de uma internet móvel global.
O´Hara destacou que as redes móveis serão o principal meio de acesso à internet dentro de poucos anos, o que cria um desafio às operadoras: enquanto o tráfego aumenta, a receita gerada por usuário diminui, pressionando as margens de lucro. É por meio da distribuição de conteúdo, segundo ele, que as teles vão ganhar dinheiro. Nesse raciocínio, quanto mais incentivarem a produção de conteúdo, melhor para elas. E garantir escala aos desenvolvedores de software - permitindo que seus programas sejam compatíveis com diversos aparelhos - seria crucial para ampliar esse mercado, disse O´Hara, que participou de um fórum sobre inovação que a Ericsson realiza nesta semana em Estocolmo.
O desenvolvimento de conteúdo não é a única área para a qual as companhias do setor discutem a criação de parâmetros. O debate sobre padronização há muito tempo acompanha operadoras e fabricantes de equipamentos - foi o que se viu, por exemplo, na disputa entre o CDMA e o GSM como tecnologia dominante no celular.
A padronização é importante para o mercado crescer, destacou Jan Haglund, diretor de redes de banda larga da Ericsson.
No que diz respeito às tecnologias para a próxima geração de redes móveis, está em curso uma disputa entre o LTE, padrão da chamada quarta geração (4G) que é uma sequência natural da tecnologia adotada hoje, e o WiMax, padrão de banda larga móvel promovido por um grupo de empresas lideradas pela Intel.
Esse debate começa a ganhar volume no Brasil porque passa pela definição do uso que o país pretende dar à faixa de frequências de 2,5 gigahertz (GHz), hoje alocada para a TV por assinatura. As operadoras de telefonia móvel e um grupo de fornecedores de infraestrutura defendem que essa frequência seja redistribuída para a extensão das redes de 3G, com o argumento de que elas são subutilizadas pelas empresas de televisão paga.
Por outro lado, as operadoras de TV querem manter a faixa de 2,5 GHz sob seu controle e oferecer banda larga WiMax. Sky e Telefônica (por meio da rede da TVA) são hoje os principais detentores dessas frequências. (TM)
As companhias de telefonia móvel precisam trabalhar para desenvolver padrões de referência para os aparelhos de celular e para os sistemas operacionais adotados por elas, defendeu ontem Michael OHara, diretor de marketing da GSM Association (GSMA) - entidade que reúne as companhias do setor. Estamos criando ilhas de aplicações, disse o executivo.
A afirmação faz referência à multiplicidade de sistemas operacionais que rodam nos celulares - como o Symbian, da Nokia, o Android, do Google, e o utilizado no iPhone, da Apple. Os produtos criados para um não são compatíveis com os outros e isso, na visão de O´Hara, inibe o desenvolvimento de novos produtos.
Na avaliação do executivo da GSMA, os problemas desses modelos verticalizados ficaram evidentes com o iPhone. A Apple criou um ambiente favorável ao desenvolvimento de softwares para seu aparelho. Na sequência, outros fabricantes tentaram atrair desenvolvedores para seus próprios aparelhos. Precisamos fazer mais que isso. Aí sim os consumidores terão escolha e poderão levar seus aplicativos de um aparelho para outro, observou. Precisamos de uma internet móvel global.
O´Hara destacou que as redes móveis serão o principal meio de acesso à internet dentro de poucos anos, o que cria um desafio às operadoras: enquanto o tráfego aumenta, a receita gerada por usuário diminui, pressionando as margens de lucro. É por meio da distribuição de conteúdo, segundo ele, que as teles vão ganhar dinheiro. Nesse raciocínio, quanto mais incentivarem a produção de conteúdo, melhor para elas. E garantir escala aos desenvolvedores de software - permitindo que seus programas sejam compatíveis com diversos aparelhos - seria crucial para ampliar esse mercado, disse O´Hara, que participou de um fórum sobre inovação que a Ericsson realiza nesta semana em Estocolmo.
O desenvolvimento de conteúdo não é a única área para a qual as companhias do setor discutem a criação de parâmetros. O debate sobre padronização há muito tempo acompanha operadoras e fabricantes de equipamentos - foi o que se viu, por exemplo, na disputa entre o CDMA e o GSM como tecnologia dominante no celular.
A padronização é importante para o mercado crescer, destacou Jan Haglund, diretor de redes de banda larga da Ericsson.
No que diz respeito às tecnologias para a próxima geração de redes móveis, está em curso uma disputa entre o LTE, padrão da chamada quarta geração (4G) que é uma sequência natural da tecnologia adotada hoje, e o WiMax, padrão de banda larga móvel promovido por um grupo de empresas lideradas pela Intel.
Esse debate começa a ganhar volume no Brasil porque passa pela definição do uso que o país pretende dar à faixa de frequências de 2,5 gigahertz (GHz), hoje alocada para a TV por assinatura. As operadoras de telefonia móvel e um grupo de fornecedores de infraestrutura defendem que essa frequência seja redistribuída para a extensão das redes de 3G, com o argumento de que elas são subutilizadas pelas empresas de televisão paga.
Por outro lado, as operadoras de TV querem manter a faixa de 2,5 GHz sob seu controle e oferecer banda larga WiMax. Sky e Telefônica (por meio da rede da TVA) são hoje os principais detentores dessas frequências. (TM)
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