Intel vai fornecer processadores à Nokia
| VALOR ECONÔMICO - TECNOLOGIA & COMUNICAÇÃO - SÃO PAULO - 24/06/09 - Pg. B2 |
The Wall Street Journal
A Intel tentou sem muito sucesso durante anos instalar seus processadores em telefones celulares. Mas um novo acordo com a Nokia pode finalmente ajudá-la a conquistar esse mercado.
As duas gigantes da tecnologia fecharam ontem uma ampla aliança voltada para o desenvolvimento de processadores para novos tipos de aparelhos portáteis.
As empresas deram poucos detalhes sobre a parceria. A Nokia não quis informar se vai comprar chips da Intel e se há algum cronograma para isso.
Mesmo assim, o acordo revela quais são os passos que a Intel vai precisar tomar para invadir o mercado de produtos portáteis, um segmento que seu executivo-chefe, Paul Otellini, disse que é crucial para o futuro crescimento da empresa. O acordo também revela mais indícios da atividade quase frenética em torno dos celulares inteligentes e similares, inspirado principalmente pelo extraordinário sucesso da Apple com o iPhone.
A Apple uniu capacidade básica de comunicação a um computador muito elegante que cabe no bolso, disse Otellini em entrevista ao Wall Street Journal. Isso moldou o mercado, algo que tem muito a ver com o que fazemos.
Mas esse impulso também força a Intel a enfrentar novos concorrentes que contam com vantagens tecnológicas - especialmente o baixo consumo de eletricidade, que permite que a bateria do celular dure dias em vez de horas. A maioria dos fornecedores de processadores para esses aparelhos - como a Qualcomm e a Texas Instruments - usam patentes de modelos com baixo consumo de energia da ARM Holdings.
Estamos de olho na Intel há muito tempo e sempre soubemos que ela arranjaria um jeito de entrar nesse mercado, disse Bill Davidson, diretor de marketing mundial e de relações com investidores da Qualcomm.
Mas ele argumenta que vai demorar muito para a Intel reproduzir o mesmo relacionamento com as operadoras de celular, caso ela consiga atingir a duração de bateria e outras características dos chips atuais desse segmento. Para mim eles ainda têm muito trabalho pela frente.
A Intel já tentou cunhar o termo MIDs, uma sigla em inglês para aparelhos móveis de internet, para descrever os eletrônicos de alta tecnologia que está desenvolvendo. Kai Oistamo, diretor de aparelhos da Nokia, disse que a colaboração entre as empresas pode ajudar a definir outros tipos de produtos que podem interessar às pessoas, embora ele não desse detalhes. A Nokia, que compra seus processadores principalmente da Texas Instruments, não espera que o acordo tenha qualquer impacto com nosso relacionamento de longo prazo com os fornecedores da ARM , disse Oistamo.
A Intel, que tem sede em Santa Clara, na Califórnia, fornece cerca de 80% dos processadores que funcionam como calculadora e cérebro dos computadores atuais. A Nokia, sediada em Espoo, na Finlândia, domina o mercado mundial de telefones celulares. As duas empresas já colaboraram antes em algumas áreas, como a tecnologia de rede sem fio WiMax.
Mas o acordo anunciado ontem é o primeiro a criar uma chance real de a Intel se tornar a fornecedora dos celulares da Nokia, um mercado em que as vendas estão na casa do bilhão de unidades, ante as centenas de milhões de computadores vendidos atualmente.
A Intel tentou primeiro tomar o mercado de assalto com sua própria variação dos processadores da ARM. Ela fortaleceu a iniciativa em 1999, quando pagou US$ 1,6 bilhão pela DSP Communications. Mas a Intel não conseguiu estabelecer uma presença significativa e Otellini vendeu a deficitária divisão à Marvell Technology Group Ltd., em 2006, por US$ 600 milhões.
A nova estratégia da Intel é baseada no chip Atom, um pequeno processador que ajudou a impulsionar o mercado de netbooks, ou computadores ultraportáteis e baratos. Espera-se que uma versão desse chip com consumo de eletricidade menor seja usado em futuros aparelhos da LG Electronics.
Otellini argumenta que a tendência do mercado de empregar processadores com capacidade computacional maior é um fator que melhora suas chances desta vez. Esses mercados vão cair nas nossas mãos, disse.
Mas os concorrentes já estão contra-atacando no mercado de portáteis, ao mesmo tempo em que tentam roubar espaço da Intel, que domina o mercado de processadores para netbooks. A Qualcomm, por exemplo, está unindo um processador veloz da ARM com tecnologias de comunicação num chip chamado Snapdragon, disse Will Strauss, analista da firma de pesquisa de mercado Forward Concepts.
Como parte do acordo, a Intel vai usar tecnologia da Nokia para chips que se conectam a redes de telefonia celular 3G. Essa cláusula pode ajudar a Intel a oferecer um pacote técnico mais completo para as fabricantes de hardware, disse Leslie Fiering, analista da firma de pesquisa Gartner.
A Intel e a Nokia informaram que também vão colaborar no desenvolvimento de software com código-fonte aberto. Ambas desenvolveram sistemas operacionais baseados no Linux.
A Intel tentou sem muito sucesso durante anos instalar seus processadores em telefones celulares. Mas um novo acordo com a Nokia pode finalmente ajudá-la a conquistar esse mercado.
As duas gigantes da tecnologia fecharam ontem uma ampla aliança voltada para o desenvolvimento de processadores para novos tipos de aparelhos portáteis.
As empresas deram poucos detalhes sobre a parceria. A Nokia não quis informar se vai comprar chips da Intel e se há algum cronograma para isso.
Mesmo assim, o acordo revela quais são os passos que a Intel vai precisar tomar para invadir o mercado de produtos portáteis, um segmento que seu executivo-chefe, Paul Otellini, disse que é crucial para o futuro crescimento da empresa. O acordo também revela mais indícios da atividade quase frenética em torno dos celulares inteligentes e similares, inspirado principalmente pelo extraordinário sucesso da Apple com o iPhone.
A Apple uniu capacidade básica de comunicação a um computador muito elegante que cabe no bolso, disse Otellini em entrevista ao Wall Street Journal. Isso moldou o mercado, algo que tem muito a ver com o que fazemos.
Mas esse impulso também força a Intel a enfrentar novos concorrentes que contam com vantagens tecnológicas - especialmente o baixo consumo de eletricidade, que permite que a bateria do celular dure dias em vez de horas. A maioria dos fornecedores de processadores para esses aparelhos - como a Qualcomm e a Texas Instruments - usam patentes de modelos com baixo consumo de energia da ARM Holdings.
Estamos de olho na Intel há muito tempo e sempre soubemos que ela arranjaria um jeito de entrar nesse mercado, disse Bill Davidson, diretor de marketing mundial e de relações com investidores da Qualcomm.
Mas ele argumenta que vai demorar muito para a Intel reproduzir o mesmo relacionamento com as operadoras de celular, caso ela consiga atingir a duração de bateria e outras características dos chips atuais desse segmento. Para mim eles ainda têm muito trabalho pela frente.
A Intel já tentou cunhar o termo MIDs, uma sigla em inglês para aparelhos móveis de internet, para descrever os eletrônicos de alta tecnologia que está desenvolvendo. Kai Oistamo, diretor de aparelhos da Nokia, disse que a colaboração entre as empresas pode ajudar a definir outros tipos de produtos que podem interessar às pessoas, embora ele não desse detalhes. A Nokia, que compra seus processadores principalmente da Texas Instruments, não espera que o acordo tenha qualquer impacto com nosso relacionamento de longo prazo com os fornecedores da ARM , disse Oistamo.
A Intel, que tem sede em Santa Clara, na Califórnia, fornece cerca de 80% dos processadores que funcionam como calculadora e cérebro dos computadores atuais. A Nokia, sediada em Espoo, na Finlândia, domina o mercado mundial de telefones celulares. As duas empresas já colaboraram antes em algumas áreas, como a tecnologia de rede sem fio WiMax.
Mas o acordo anunciado ontem é o primeiro a criar uma chance real de a Intel se tornar a fornecedora dos celulares da Nokia, um mercado em que as vendas estão na casa do bilhão de unidades, ante as centenas de milhões de computadores vendidos atualmente.
A Intel tentou primeiro tomar o mercado de assalto com sua própria variação dos processadores da ARM. Ela fortaleceu a iniciativa em 1999, quando pagou US$ 1,6 bilhão pela DSP Communications. Mas a Intel não conseguiu estabelecer uma presença significativa e Otellini vendeu a deficitária divisão à Marvell Technology Group Ltd., em 2006, por US$ 600 milhões.
A nova estratégia da Intel é baseada no chip Atom, um pequeno processador que ajudou a impulsionar o mercado de netbooks, ou computadores ultraportáteis e baratos. Espera-se que uma versão desse chip com consumo de eletricidade menor seja usado em futuros aparelhos da LG Electronics.
Otellini argumenta que a tendência do mercado de empregar processadores com capacidade computacional maior é um fator que melhora suas chances desta vez. Esses mercados vão cair nas nossas mãos, disse.
Mas os concorrentes já estão contra-atacando no mercado de portáteis, ao mesmo tempo em que tentam roubar espaço da Intel, que domina o mercado de processadores para netbooks. A Qualcomm, por exemplo, está unindo um processador veloz da ARM com tecnologias de comunicação num chip chamado Snapdragon, disse Will Strauss, analista da firma de pesquisa de mercado Forward Concepts.
Como parte do acordo, a Intel vai usar tecnologia da Nokia para chips que se conectam a redes de telefonia celular 3G. Essa cláusula pode ajudar a Intel a oferecer um pacote técnico mais completo para as fabricantes de hardware, disse Leslie Fiering, analista da firma de pesquisa Gartner.
A Intel e a Nokia informaram que também vão colaborar no desenvolvimento de software com código-fonte aberto. Ambas desenvolveram sistemas operacionais baseados no Linux.
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