Desafios da qualidade
VALOR ECONÔMICO - ESPECIAL - SÃO PAULO - 24/06/09 - Pg. F1 |
Aumentar a base de assinantes, com cobertura nacional, e
oferecer serviços mais atrativos aos usuários, sem perda de qualidade e com mais
receita: eis o dilema das companhias brasileiras de telecomunicações, depois de
mais de dez anos de operação sob as regras da privatização. É um desafio que
está hoje sob fogo cerrado dos consumidores, cada vez mais conscientes de seus
direitos, e fiscalizado com crescente rigor por entidades de defesa do
consumidor, como o Procon, e de órgãos governamentais, como a Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel). Na segunda-feira, em despacho publicado no Diário
Oficial da União, a Anatel decidiu proibir a Telefônica de vender o Speedy, um
produto de acesso à internet em banda larga, até que a operadora adote medidas
que assegurem a qualidade do serviço.
Desde que houve a privatização do Sistema Telebrás, em 1997, mudou dramaticamente o mapa das telecomunicações no Brasil. O tráfego do sistema de telefonia cresceu exponencialmente, aumentando, por consequência, as exigências dos usuários por acessos com maior velocidade, para transmissão não apenas de voz, mas também de dados na internet e novos serviços multimídia , avalia João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da IDC Brasil.
Segundo a Anatel, o número de celulares em operação no Brasil chegou a 157,5 milhões em junho, enquanto o número de telefones fixos alcança 41,7 milhões, e o acesso de banda larga chega a 10,4 milhões de assinantes. As operadoras investiram bastante em infraestrutura, nos últimos anos, mas ainda há espaço para novos investimentos em tecnologias mais avançadas para suportar redes cada vez mais complexas , diz Bruder. No caso das operadoras de telefonia fixa, a perda de espaço para as móveis, na disputa pelo orçamento do consumidor, direciona os investimentos para aspectos inovadores, em termos de atuação.
Tradicionalmente voltada para o mundo corporativo e para a área de telefonia de longa distância, a Embratel, por exemplo, diversificou suas operações e hoje atua em vários segmentos, incluindo serviços de telefonia local, longa distância nacional e internacional, transmissão de dados, vídeo, internet e TV por assinatura, além de oferecer soluções via satélite. Nosso desafio é evoluir para uma empresa que participe do mercado, concorrendo com tecnologias mais avançadas. Essa foi uma mudança difícil, mas conseguimos encontrar um caminho para a Embratel , diz José Formoso Martinez, mexicano que preside a empresa desde o início do ano passado.
No começo da privatização, informa Martinez, a Embratel pagou dívidas pesadas e investiu muito na modernização de suas plataformas de redes, que operavam com tecnologias ultrapassadas. Os patamares de investimentos continuam altos, segundo ele. Em 2006, a Embratel investiu mais de R$ 1,4 bilhão na expansão de sistemas, desenvolvimento de novas tecnologias, contratação de nova geração de satélites e melhoria do atendimento aos clientes. Em 2007, os investimentos somaram R$ 1,2 bilhão, e em 2008 foram mais R$ 1,8 bilhão. No primeiro trimestre de 2009, foram outros R$ 400 milhões. Isso deu maior presença da empresa no mercado , confia o executivo.
Já são mais de 5,8 milhões de linhas de telefonia fixas, cerca de 30 mil km de fibras ópticas, quatro satélites geoestacionários para comunicações domésticas e internacionais e o serviço Net fone, uma solução triple play com assinatura de TV, internet banda larga e telefone fixo, em parceria com a Net, fechou em março com 181,9 mil clientes. A próxima geração de investimentos terá como foco o crescimento da banda larga. Temos uma grande oportunidade de negócios , diz Martinez.
A GVT, outra operadora de telefonia fixa, também buscou o caminho da inovação. Já em outubro de 2007, a empresa tomou a decisão de não comercializar acesso de banda larga em velocidades abaixo de 1 Mbps. E em março, lançou um pacote de acesso com 10 Mbps de velocidade a R$ 59,90, uma associação de velocidade e preço inédita em telecomunicações. Em 2000, a companhia implantou uma nova forma de tarifação em telefonia fixa, a cobrança por minutos ao invés de pulsos, que se tornou realidade em todo o mercado apenas em 2007 por força da regulamentação.
A GVT também fez movimentos fortes de expansão geográfica, passando a atender os Estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Hoje conta com cerca de 2 milhões de assinantes, 30% a mais que em 2008. Pelo menos 148 mil assinantes vieram com o novo sistema de portabilidade. Nosso próximo desafio é construir uma rede de alta qualidade para garantir serviços de voz, não de dados, para nossos clientes , diz Alcides Troller Pinto, vice-presidente de marketing e vendas da GVT.
Na área de telefonia móvel, que já representa mais de 50% das receitas do setor de telecomunicações no Brasil, os investimentos estão concentrados no aumento da capacidade da infraestrutura para suportar o avanço rápido e crescente da base de clientes. Já ultrapassamos a marca de 40 milhões de clientes, e manter um serviço de atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, para tamanha audiência, é um desafio muito grande , diz Miguel Cui, diretor de clientes da Claro, subsidiária da América Móvil para o Brasil, que faturou R$ 11,5 bilhões em 2008. Temos equipes técnicas de alto nível profissional, serviço de manutenção constante de toda rede, e investimos fortemente para manter essa infraestrutura em pleno funcionamento , afirma. A empresa não divulga os investimentos em tecnologia, mas se diz preparada para atender os níveis de exigências dos seus clientes e dos órgãos reguladores e de fiscalização, como Anatel e Procon.
Desde que houve a privatização do Sistema Telebrás, em 1997, mudou dramaticamente o mapa das telecomunicações no Brasil. O tráfego do sistema de telefonia cresceu exponencialmente, aumentando, por consequência, as exigências dos usuários por acessos com maior velocidade, para transmissão não apenas de voz, mas também de dados na internet e novos serviços multimídia , avalia João Paulo Bruder, analista de telecomunicações da IDC Brasil.
Segundo a Anatel, o número de celulares em operação no Brasil chegou a 157,5 milhões em junho, enquanto o número de telefones fixos alcança 41,7 milhões, e o acesso de banda larga chega a 10,4 milhões de assinantes. As operadoras investiram bastante em infraestrutura, nos últimos anos, mas ainda há espaço para novos investimentos em tecnologias mais avançadas para suportar redes cada vez mais complexas , diz Bruder. No caso das operadoras de telefonia fixa, a perda de espaço para as móveis, na disputa pelo orçamento do consumidor, direciona os investimentos para aspectos inovadores, em termos de atuação.
Tradicionalmente voltada para o mundo corporativo e para a área de telefonia de longa distância, a Embratel, por exemplo, diversificou suas operações e hoje atua em vários segmentos, incluindo serviços de telefonia local, longa distância nacional e internacional, transmissão de dados, vídeo, internet e TV por assinatura, além de oferecer soluções via satélite. Nosso desafio é evoluir para uma empresa que participe do mercado, concorrendo com tecnologias mais avançadas. Essa foi uma mudança difícil, mas conseguimos encontrar um caminho para a Embratel , diz José Formoso Martinez, mexicano que preside a empresa desde o início do ano passado.
No começo da privatização, informa Martinez, a Embratel pagou dívidas pesadas e investiu muito na modernização de suas plataformas de redes, que operavam com tecnologias ultrapassadas. Os patamares de investimentos continuam altos, segundo ele. Em 2006, a Embratel investiu mais de R$ 1,4 bilhão na expansão de sistemas, desenvolvimento de novas tecnologias, contratação de nova geração de satélites e melhoria do atendimento aos clientes. Em 2007, os investimentos somaram R$ 1,2 bilhão, e em 2008 foram mais R$ 1,8 bilhão. No primeiro trimestre de 2009, foram outros R$ 400 milhões. Isso deu maior presença da empresa no mercado , confia o executivo.
Já são mais de 5,8 milhões de linhas de telefonia fixas, cerca de 30 mil km de fibras ópticas, quatro satélites geoestacionários para comunicações domésticas e internacionais e o serviço Net fone, uma solução triple play com assinatura de TV, internet banda larga e telefone fixo, em parceria com a Net, fechou em março com 181,9 mil clientes. A próxima geração de investimentos terá como foco o crescimento da banda larga. Temos uma grande oportunidade de negócios , diz Martinez.
A GVT, outra operadora de telefonia fixa, também buscou o caminho da inovação. Já em outubro de 2007, a empresa tomou a decisão de não comercializar acesso de banda larga em velocidades abaixo de 1 Mbps. E em março, lançou um pacote de acesso com 10 Mbps de velocidade a R$ 59,90, uma associação de velocidade e preço inédita em telecomunicações. Em 2000, a companhia implantou uma nova forma de tarifação em telefonia fixa, a cobrança por minutos ao invés de pulsos, que se tornou realidade em todo o mercado apenas em 2007 por força da regulamentação.
A GVT também fez movimentos fortes de expansão geográfica, passando a atender os Estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Hoje conta com cerca de 2 milhões de assinantes, 30% a mais que em 2008. Pelo menos 148 mil assinantes vieram com o novo sistema de portabilidade. Nosso próximo desafio é construir uma rede de alta qualidade para garantir serviços de voz, não de dados, para nossos clientes , diz Alcides Troller Pinto, vice-presidente de marketing e vendas da GVT.
Na área de telefonia móvel, que já representa mais de 50% das receitas do setor de telecomunicações no Brasil, os investimentos estão concentrados no aumento da capacidade da infraestrutura para suportar o avanço rápido e crescente da base de clientes. Já ultrapassamos a marca de 40 milhões de clientes, e manter um serviço de atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, para tamanha audiência, é um desafio muito grande , diz Miguel Cui, diretor de clientes da Claro, subsidiária da América Móvil para o Brasil, que faturou R$ 11,5 bilhões em 2008. Temos equipes técnicas de alto nível profissional, serviço de manutenção constante de toda rede, e investimos fortemente para manter essa infraestrutura em pleno funcionamento , afirma. A empresa não divulga os investimentos em tecnologia, mas se diz preparada para atender os níveis de exigências dos seus clientes e dos órgãos reguladores e de fiscalização, como Anatel e Procon.
Postar um comentário