Investimento em novas frentes inclui iG, TV via satélite e pagamento móvel
VALOR ECONÔMICO - EMPRESAS - SÃO PAULO - 14/09/09 - Pg. B3 |
Do Rio
Os controladores e executivos da Oi preparam-se para mergulhar em uma nova e atribulada fase de negócios. Se o mês de agosto marcou o término do processo de fusão entre a antiga Oi (ex-Telemar) e a Brasil Telecom (BrT), setembro marca a largada de um período no qual a companhia combinada espera imprimir maior agressividade comercial, com a ampliação dos investimentos e o desenvolvimento de novas áreas de atuação.
Desde o dia 8 de janeiro, quando a compra foi fechada, até o mês de agosto, ficamos olhando mais para dentro da companhia. Agora, o momento é de ir atrás dos ganhos de escala por termos nos tornado uma empresa de atuação nacional, diz Pedro Jereissati, vice-presidente da La Fonte, uma das controladoras da Oi.
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A estratégia que está sendo montada visa colocar a companhia numa posição de destaque em três frentes de trabalho. Um desses esforços é levar o iG à liderança entre os portais brasileiros de internet. Outro deles é ampliar o serviço de televisão paga via satélite ou Direct to Home (DTH). O terceiro foco é dar impulso ao Oi Paggo. O serviço de cartão de crédito pelo telefone celular ainda não deslanchou, mas tornou-se alvo de uma estratégia que os sócios guardam a sete chaves.
Segundo o presidente da companhia, Luiz Eduardo Falco, não existe propriamente um dia D para o fim do complexo processo de união entre as duas empresas. O mais importante, diz o executivo, é que em menos de oito meses as culturas da antiga Oi e da BrT deram lugar a um DNA novo e unificado. Cerca de 60% dos executivos [que ficaram na companhia] vieram da Oi e 40% da Brasil Telecom. Nessa mistura, buscamos uma nova linguagem e criamos uma cultura com o que existia de melhor em cada uma das empresas, afirma.
A telefonia fixa ainda responde por mais de 70% do faturamento das concessionárias de telefonia, mas tende a perder espaço nos próximos anos no Brasil, como já ocorre em outros países. De acordo com o balanço mais recente, no fim do primeiro semestre a nova Oi possuía 59,8 milhões de assinantes, sendo 21,8 milhões de telefonia fixa, 33,9 milhões de telefonia móvel e 4,2 milhões de banda larga.
Com o enfraquecimento da telefonia fixa, fica ainda mais importante diversificar os serviços, além de reforçar a aposta na oferta de banda larga e de telefonia celular. Ainda não há ainda valores definidos para os investimentos no portal iG, mas a ideia é destinar muitos milhões de reais ao processo de formatação de um novo perfil de conteúdo, diz Otávio Azevedo, diretor-presidente da Andrade Gutierrez, também sócia controladora da Oi.
Queremos que o iG seja a midia eletrônica mais reconhecida no Brasil e, para isso, será oferecido tudo que for adequado em termos de conteúdo e plataforma tecnológica, diz Azevedo. Está prevista a capitalização do iG tanto em recursos humanos como tecnológicos. O plano, sobre o qual há poucos detalhes, é investir no desenvolvimento de conteúdo, incluindo informação e entretenimento na área esportiva e cultural para que [o portal] volte a ser a grande mídia eletrônica que foi há sete ou oito anos, antes de perder espaço, afirma o executivo.
A Oi está conversando com os grandes provedores internacionais de serviços de internet, como Google, Microsoft (MSN) e Yahoo para definir acordos e buscar uma plataforma mais sólida, diz Azevedo. Segundo o executivo, a Oi vai trazer um profissional brasileiro que mora nos Estados Unidos e que é considerado um dos maiores especialistas em negócios na internet. O nome é mantido em segredo.
Na área de televisão paga, a Oi atua, desde 15 de julho, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Em outubro será a vez do Rio Grande do Sul. Estamos preparando o plano para decolagem. Sem qualquer propaganda conquistamos 50 mil clientes no Rio e em Minas Gerais em dois meses. Vendemos 1,3 mil assinaturas por dia, diz Jereissati.
A aposta da Oi é o preço do serviço. Um pacote com 26 canais sai por R$ 29,90 mensais caso o cliente seja assinante de telefonia fixa da Oi. Caso não seja, o valor é de R$ 39,90. O pacote inclui canais infantis, culturais, esportivos (ESPN Brasil, Woohoo, Esporte Interativo), de filmes ( TNT, Fox, Fox Life, FX, Sony, Space, Warner) e de notícias (Record News). Para ter os canais HBO, o cliente paga mais R$ 19,90 ao mês. O HBO e o Max, juntos, custam mais R$ 29,90 por mês. (HM)
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