Compartilhamento ativo de redes de acesso é resposta das operadoras que querem melhorar a lucratividade
TELECOM - WEB - 01/10/09 |
Luís Minoru Shibata é diretor de consultoria da
PromonLogicalis
Em vários mercados, as operadoras têm estabelecido acordos com seus concorrentes para buscar soluções conjuntas de redução de custos. No Brasil, essas parcerias geralmente resultam em utilização de parte da estrutura já existente de uma ou outra operadora por duas empresas. Porém, no Brasil, as parcerias são feitos caso-a-caso na implantação das redes, também conhecido como compartilhamento passivo. O processo traz alguns benefícios de escala e financeiros, mas as empresas podem potencializar os ganhos com uma abordagem mais profunda de compartilhamento de redes.
O chamado compartilhamento ativo prevê que as operadoras planejem em conjunto sua infraestrutura visando principalmente a redução do custo operacional (Opex), ou seja, melhorando a lucratividade. Com acionistas cada vez mais exigentes, obrigações maiores de cobertura e aumento dos custos de aluguéis (dos sites onde se encontram os equipamentos de rede), o compartilhamento ativo deveria ser tratado com mais seriedade e prioridade nas operadoras.
Apesar do discurso não ser novo, a realidade é que pouco aconteceu até agora. As operadoras ainda estão competindo por cobertura. Mas é importante lembrar que a competição também evolui com o tempo e em breve as coberturas das redes celulares serão muito parecidas e as operadoras passarão a competir mais na camada de serviços (atendimento, planos, aplicações e conteúdo).
Outro ponto a ser observado é que o lucro das operadoras vem de áreas com maior densidade populacional e uso da rede - o que corresponde a um percentual limitado da extensão geográfica (regiões metropolitanas e redores). Nas demais regiões, as empresas de telefonia registram lucros limitados, mas devem estabelecer atendimento por causa de compromissos regulatórios. O compartilhamento ativo é especialmente eficaz para reduzir gastos também nessas áreas periféricas, onde podem melhorar o retorno financeiro. No Brasil, pode-se considerar que pelo menos 50% do território geográfico que as operadoras de telefona celular abrangem se enquadra nesse perfil.
É importante lembrar que existem outros ganhos que podem ser considerados na derivação do modelo. Por exemplo, se há algum problema em uma torre ou antena, atualmente cada operadora mobiliza uma equipe para solucionar a questão. No compartilhamento ativo, o direcionamento da equipe de manutenção também poderia ser compartilhado, dando ganhos de produtividade e financeiro.
O modelo de compartilhamento ativo já foi colocado em prática nos EUA e na Europa. No Reino Unido, Vodafone e O2 fizeram um projeto nesses moldes no início deste ano com o objetivo de consolidar sites já existentes de telefonia móvel e construir, em conjunto, novos sites. As empresas estão compartilhando sua infraestrutura no Reino Unido, Alemanha, Espanha e Irlanda. Outros exemplos são as parcerias entre Telstra e Vodafone/Optus, T-Mobile e 3, e Tele2, Telia e Telenor.
Nos mercados emergentes, o compartilhamento ativo ainda é novidade. Mas há oportunidades, principalmente por conta do crescimento do 3G. Por aqui, a prática poderia ser adotada por duas, três ou várias operadoras. No entanto, muita gente ainda se arrepia de pensar em sentar-se com seus concorrentes. Por isso, é essencial que as operadoras interessadas elejam um mediador. De preferência uma instituição neutra que seja familiar com engenharia de comunicações e também conheça modelos de negócios já realizados no mundo.
Em vários mercados, as operadoras têm estabelecido acordos com seus concorrentes para buscar soluções conjuntas de redução de custos. No Brasil, essas parcerias geralmente resultam em utilização de parte da estrutura já existente de uma ou outra operadora por duas empresas. Porém, no Brasil, as parcerias são feitos caso-a-caso na implantação das redes, também conhecido como compartilhamento passivo. O processo traz alguns benefícios de escala e financeiros, mas as empresas podem potencializar os ganhos com uma abordagem mais profunda de compartilhamento de redes.
O chamado compartilhamento ativo prevê que as operadoras planejem em conjunto sua infraestrutura visando principalmente a redução do custo operacional (Opex), ou seja, melhorando a lucratividade. Com acionistas cada vez mais exigentes, obrigações maiores de cobertura e aumento dos custos de aluguéis (dos sites onde se encontram os equipamentos de rede), o compartilhamento ativo deveria ser tratado com mais seriedade e prioridade nas operadoras.
Apesar do discurso não ser novo, a realidade é que pouco aconteceu até agora. As operadoras ainda estão competindo por cobertura. Mas é importante lembrar que a competição também evolui com o tempo e em breve as coberturas das redes celulares serão muito parecidas e as operadoras passarão a competir mais na camada de serviços (atendimento, planos, aplicações e conteúdo).
Outro ponto a ser observado é que o lucro das operadoras vem de áreas com maior densidade populacional e uso da rede - o que corresponde a um percentual limitado da extensão geográfica (regiões metropolitanas e redores). Nas demais regiões, as empresas de telefonia registram lucros limitados, mas devem estabelecer atendimento por causa de compromissos regulatórios. O compartilhamento ativo é especialmente eficaz para reduzir gastos também nessas áreas periféricas, onde podem melhorar o retorno financeiro. No Brasil, pode-se considerar que pelo menos 50% do território geográfico que as operadoras de telefona celular abrangem se enquadra nesse perfil.
É importante lembrar que existem outros ganhos que podem ser considerados na derivação do modelo. Por exemplo, se há algum problema em uma torre ou antena, atualmente cada operadora mobiliza uma equipe para solucionar a questão. No compartilhamento ativo, o direcionamento da equipe de manutenção também poderia ser compartilhado, dando ganhos de produtividade e financeiro.
O modelo de compartilhamento ativo já foi colocado em prática nos EUA e na Europa. No Reino Unido, Vodafone e O2 fizeram um projeto nesses moldes no início deste ano com o objetivo de consolidar sites já existentes de telefonia móvel e construir, em conjunto, novos sites. As empresas estão compartilhando sua infraestrutura no Reino Unido, Alemanha, Espanha e Irlanda. Outros exemplos são as parcerias entre Telstra e Vodafone/Optus, T-Mobile e 3, e Tele2, Telia e Telenor.
Nos mercados emergentes, o compartilhamento ativo ainda é novidade. Mas há oportunidades, principalmente por conta do crescimento do 3G. Por aqui, a prática poderia ser adotada por duas, três ou várias operadoras. No entanto, muita gente ainda se arrepia de pensar em sentar-se com seus concorrentes. Por isso, é essencial que as operadoras interessadas elejam um mediador. De preferência uma instituição neutra que seja familiar com engenharia de comunicações e também conheça modelos de negócios já realizados no mundo.
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