WiMAX x LTE: Embate das tecnologias marca debate sobre faixa de 2,5GHz
Na reunião desta sexta-feira, 22/05, do Conselho Consultivo da Anatel. Mas nem os diretores da agência e, na verdade, tampouco os próprios integrantes da instância consultiva - perceberam o duelo travado entre os defensores de duas tecnologias - WiMAX e LTE - pelo uso da frequência 2,5GHz. O confronto foi evidente durante a apresentação dos argumentos contra ou a favor do fatiamento da faixa, hoje, nas mãos das operadoras de MMDS, mas cobiçada pelas teles móveis.
As teles móveis argumentam que a demanda por banda larga móvel determinará um rápido esgotamento da frequência disponível. E com isso, certamente, haverá degradação do serviço ofertado ao consumidor. Em São Paulo, por exemplo, já há o temor de sérios problemas a partir de 2010.Na defesa da tese, a representante da entidade que representa as operadoras móveis, a Acel, Margaret Moonsammy, repetiu o mantra dos últimos tempos do setor: "O espectro é o nosso ar, é a nossa vida. Precisamos dessa faixa". Posicionamento endossado, é claro, pelos representantes da Oi, TIM e Claro.
Para a turma da TV por assinatura via MMDS não é muito diferente. O nó da questão também está na banda larga. Eles sustentam que a manutenção da frequência como está, ou seja, 100% na mão deles, é essencial para que os provedores possam vir brigar por uma fatia desse mercado - cada vez mais movimentado."O MMDS é fundamental para a competição em banda larga e TV paga", destacou a diretora geral da NeoTV, Neusa Risette. Os favoráveis ao não-fatiamento da faixa também adotam o seu mantra:Como o MMDS é "autosustentável em operações de pequeno porte", ele seria perfeito para levar banda larga ao interior do país.
Os representantes do time do MMDS afirmam ainda que a destinação de frequência para o SMP significa guardar na prateleira um espaço no espectro que, efetivamente, só será utilizado em quatro ou cinco anos. Isso porque, na visão deles, os planos para a partilha do 2,5 GHz são voltados para o LTE,a chamada 4G da telefonia celular, tecnologia ainda incipiente mundialmente. O MMDS quer usar o WiMAX,com oferta comercial já disponível - a rede nacional da Clearwire, nos EUA é um exemplo - para agregar novos serviços.
Daí serem interessantes as ponderações dos dois fabricantes de equipamentos presentes ao encontro. Curiosamente ambos representaram a Abinee, entidade do setor eletroeletrônico, mas levaram posições distintas sobre o assunto.
Representante da Qualcomm, Francisco Giacomino Soares, acrescentou que há um movimento de outros países em direção ao uso da frequência de 2,5 GHz para o Serviço Móvel Pessoal. Em sua visão, portanto, "é importante a harmonização global para dar escala aos equipamentos. E escala é preço", lembrou.
José Almeida, da Motorola, pensa diferente, talvez porque a empresa produza tanto equipamentos para WiMAX quanto para LTE."Se essa banda (2,5GHz) for guardada, não vejo devolução ao mercado antes de 2013, 2015. O LTE estará em sistema comercial em três a seis anos, até em função da crise. Com o WiMAX, há um foco imediato em banda larga e atende já a demanda reprimida do mercado", concluiu o representante da Motorola.
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