Setor de radiodifusão pede mais estudos sobre PLC antes da regulamentação da tecnologia
TELECOM ONLINE - WEB - 21/05/09
As interferências decorrentes do uso do sistema preocupam as emissoras de rádio e TV.
As interferências decorrentes do uso do sistema preocupam as emissoras de rádio e TV.
A tecnologia PLC (Power Line Communications), que permite a oferta de banda larga pela rede de energia elétrica, recebeu severas críticas nesta quinta-feira, 21, durante o Congresso Brasileiro de Radiodifusão, que acontece em Brasília sob a promoção da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Para o doutor em comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, Flávio Archangelo, o Brasil deveria aprofundar os estudos sobre o PLC antes de optar pela sua implementação. Ele sugeriu a criação de um grupo de trabalho para discussões, sobretudo, das interferências decorrentes do sistema.
Archangelo questionou se realmente a rede pública de energia brasileira tem capacidade de suportar a implantação do PLC: "Um dos problemas é a infraestrutura. O setor tem deficiências em termos de manutenção e muitas conexões piratas. O que era um fio de energia elétrica de transmissão, vai se tornar em uma antena e vai radiar interferências", disse. Ele também criticou os testes realizados pela Anatel, que, segundo ele, foram extremamente controlados e não corresponderam ao ambiente real.
As críticas foram referendadas pelo engenheiro de telecomunicações, Sérgio Neiva, da Abert, que citou testes realizados pela Universidade Federal de Goiânia em 2006. Segundo ele, os experimentos apontaram indícios de interferência com intensidade acima dos níveis de segurança estabelecidos pela UIT (União Internacional de Telecomunicações).
O painel não contou com nenhum representante de setores que defendem o PLC. A defesa da Aptel (Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações) tem sido de que as novas gerações de equipamentos já não apresentam problemas de interferências.
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