Convergência Digital: E se faltar espectro para os Jogos Olímpicos de 2016? (EPrado)
E se faltar espectro para os Jogos Olímpicos de 2016?
Eduardo Prado
As Olimpíadas e a Copa do Mundo são os dois maiores movimentos esportivos do mundo e movimentam negócios bilionários. Para você ter uma idéia, as Olimpíadas movimentam têm um faturamento de 13 BUS$ e a Copa do Mundo de 10,5 BUS$ enquanto a Fórmula 1 fatura 3,5 BUS$ em um ano todo!
Pela sua diversidade desportiva, as Olimpíadas congrega um número maior de países que a Copa. As últimas Olimpíadas de Beijing na China em 2008 foi caracterizada por um forte gigantismo.
Nos Jogos Olímpicos de Beijing 2008 tivemos os seguintes números:
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Competições em 28 esportes, com 12.000 atletas de 204 países;
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6,7 milhões de ingressos foram vendidos nos Jogos de 2008 na China. 700.000 a mais que Atenas em 2004 e 1,1 milhão a mais que Sidnei na Austrália em 2000;
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61.700 horas de transmissão de TV foram acumuladas ao longo dos Jogos de Beijing 2008 (40% a mais que em Atenas e o dobro do evento em Sidnei);
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1,7 BUS$ foi o valor pago pelos direitos de transmissão de TV nos Jogos de Beijing 2008. Em 1960, para a 1ª transmissão de TV em uma Olimpíada, a de Roma, as cotas de foram negociadas por 1,2 MUS$.
Este é o porte de uma Olimpíada e a de London 2012 promete muito mais!
Dentro de um cenário de negócio deste quilate nada pode dar errado e, um ponto MUITO importante é a disponibilidade de Espectro de Freqüência para as diversas necessidades em uma Olimpíada.
Espectro de Frequência é um bem da Humanidade, é finito e, as vezes não é bem cuidado em alguns países.
Na nossa opinião, o Brasil é um destes casos. Alguns exemplos mostram claramente isto, a saber: (a) temos acompanhado a "novela" do espectro de 2,5 GHz que atualmente é uma questão de sobrevivência para a telefonia móvel e as empresas de MMDS – atual detentoras - não fazem um uso de massa do mesmo; (b) um outro caso é o espectro de 3,5 GHz que até hoje a "lerdeza" da ANATEL (juntamente com a falta de visão estratégica do Governo do Nosso Cara) não nos brindou com o tão esperado Leilão das sobras de freqüência deste espectro tão necessárias para a disseminação do WiMAX Nomádico; e (c) O último exemplo é um caso muito "esdrúxulo"! É o caso dos SARCs (Serviço Auxiliar de Radiodifusão e Correlatos) – aqueles caminhões pequenos de TV para fazer gravações externas (p. ex., estádios, aeroportos) - que operam na freqüência de 2,4 GHz do Wi-Fi. Para garantir a banda de transmissão analógica ineficiente (uso maior de espectro) para operação deles - pois as donas (grandes redes de TV) dos caminhõeszinhos não querem investir para colocar tecnologia de transmissão digital (uso menor de espectro) nos mesmos - a ANATEL colocou a seguinte prerrogativa na Resolução no. 506 de 01.jul.2008 que regula o Wi-Fi: A ANATEL estabeleceu que sistemas (2400 MHz) em localidades com população superior a 500 mil habitantes e com potência (eirp) superior a 400 mW não podem operar sem autorização da ANATEL (sic!). Sras e Srs, isto não existe em nenhum país do mundo nas regulações de Wi-Fi. O Wi-Fi é uma banda NÃO LICENCIADA no mundo todo. A ANATEL não tem direito de colocar restrições sobre ele. Ponto! Este privilégio foi a maneira de exceção que o nosso Órgão Regulador encontrou – de forma criativa (sic!) – para ceder às pressões das empresas de TV. Uma pergunta que não quer calar: Isto é cuidar bem de espectro? Ainda tem mais uma: atualmente, o Wi-Fi serve como válvula de escape para as redes 3G "muito estressadas". A AT&T americana está valendo-se muito do Wi-FI para desafogar via iPhone o seu tráfego de 3G. Este caso de Wi-Fi no Brasil vai pegar nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro com a disseminação plena desta tecnologia através dos turistas estrangeiros.
Para não dizer que estamos falando de "flores", o Órgão Regulador britânico – a Ofcom – detectou recentemente que vai faltar freqüência em Londres para os as Olimpíadas de Londres em 2012 e terá que "tomar emprestado" freqüências de órgão públicos britânicos como o famoso MoD (Ministério da Defesa) e a Autoridade de Aviação Civil britânica.
Para conhecer mais sobre a importância deste tema na nossa Olimpíada de 2016, veja esta matéria inédita do Convergência Digital:
http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=21401&sid=15
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